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Composição plástica de Maria Armandina Maia |
morar na morte dos outros
fazer ruir uma casa breve e abandonada
e partir para lugar nenhum
fazer ruir uma casa breve e abandonada
e partir para lugar nenhum
no lugar-corpo moram todos os que se distraem
a morte é um tempo distraído
um mapa de fuga ao esquecimento
a morte é um tempo distraído
um mapa de fuga ao esquecimento
morrer é ficar
na solenidade de uma caixa ilusória
com fundo falso
onde me escondo
onde se escondem
todas as memórias que escaparam ao desastre
na solenidade de uma caixa ilusória
com fundo falso
onde me escondo
onde se escondem
todas as memórias que escaparam ao desastre
talvez a morte seja um instante simples
um pássaro molhado
um arrepio
fechar a última porta
libertar o último suspiro
acertar no último alvo
agarrar a luz
e dizer adeus
antes do primeiro verso
um pássaro molhado
um arrepio
fechar a última porta
libertar o último suspiro
acertar no último alvo
agarrar a luz
e dizer adeus
antes do primeiro verso
Adília César, in "o tempo o tempo" (2019), Eufeme
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