quarta-feira, 17 de abril de 2019

CICATRIZES/CICATRICES

René Magritte - Young Loves, 1967

Cicatrizes

Na pele inteira, a liquidez do amor.
O caos a deslizar no cetim do peito.
A guardar o coração no espaço
entre as mãos rasgadas.

Talvez nas mãos durmam as cicatrizes. Talvez.
A ausência a sombrear o silêncio. De dor.

A noite é o corpo constante da ausência.

Adília César

*

Cicatrices

En la entera piel, la liquidez del amor.
El caos deslinzándoze por el satén del pecho.
Guardando el corázon en ese espacio
entre las manos rasgadas.

Acaso no duerman las cicatrices. Acaso.
La ausencia haciendo sombra al silencio. Del dolor.

Es la noche el cuerpo constante de la ausencia.

Tradução de Manuel Moya

Sem comentários:

Enviar um comentário

AUTO-BIOGRAFIA POÉTICA